quarta-feira, 30 de agosto de 2017

A ciência é fundamentalmente um empreendimento coletivo. Esta coletividade deve ser reconhecida mais explicitamente



É provável que todo cientista esteja familiarizado com a seguinte citação de Isaac Newton: “Se eu enxerguei mais longe, foi porque me apoiei sobre os ombros de gigantes1”. Ele não foi o primeiro a expressar o conceito, que remete ao século 12, e atribuído a Bernard de Chartres. E mesmo ele pode ter se inspirado na mitologia grega.


Mas se os cientistas hoje em dia são capazes de ver além, é porque eles estão totalmente apoiados em uma pirâmide de colegas-cientistas. E isso é apenas para aqueles que se concentram em uma determinada disciplina. Aqueles que procuram a aplicabilidade interdisciplinar ou multidisciplinar dos resultados científicos precisam montar várias destas pirâmides. A glória e as perspectivas de carreira em alcançar tais alturas são excelentes. Mas isso já não acontece com muitos cientistas. Uma das razões é que uma quantidade crescente de pesquisa está sendo realizada – e publicada – por grupos de cientistas e não por indivíduos independentes. Artigos de múltipla autoria estão aumentando, e vem sendo assim há algum tempo. De acordo com Eldon Shaffer2, autores únicos escreveram a grande maioria (> 98%) dos artigos médicos importantes há um século, o que se tornou uma raridade; <5% agora são de autoria única.


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