sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Teses e dissertações: prós e contras dos formatos tradicional e alternativo

Por Lilian Nassi-Calò


A comunicação científica sofre alterações e evolui assim como a própria ciência. O artigo científico, seu formato e meios de publicação, disseminação e compartilhamento passou por significativas alterações desde o surgimento dos primeiros periódicos científicos no século XVII. A Internet, nos anos 1990, mudou drasticamente o paradigma da comunicação da ciência, evento comparável apenas à invenção da imprensa por Gutenberg em 1440, que possibilitou a disseminação dos artigos e periódicos para outras instancias, além da academia.




Dissertações e teses são monografias que constituem elementos da comunicação científica, embora seu papel principal seja demonstrar que o candidato a um título acadêmico é capaz de conduzir e comunicar pesquisa independente e original. 


O editorial da edição da Nature de 7 de julho de 20161 traz um dado peculiar: “de acordo com estatísticas frequentemente citadas que deveriam ser verdadeiras, mas provavelmente não são, o número médio de pessoas que leem uma tese de doutorado do início ao fim é 1,6, e isso inclui o autor”. O texto prossegue questionando qual seria o número de teses que o pesquisador típico – e leitor da Nature – teria lido por inteiro. Segundo o editorial, possivelmente não chegaria à marca de 1,6. O volume de teses, entretanto, vai continuar a aumentar, uma vez que milhares de candidatos a títulos de mestre e doutor em todo o mundo enfrentarão este rito de passagem que é a porta de entrada para o mundo acadêmico ou o mercado profissional. O Banco de teses e dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), órgão do Ministério da Educação, registra 901.096 documentos desde 1987 até agosto de 2016.


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