Por Lilian Nassi-Calò
Historicamente, a relação entre cientistas e a imprensa mostrou-se difícil, tempestuosa e muitas vezes desprovida de confiança. A despeito disso, ambos precisam um do outro: pesquisadores precisam comunicar suas descobertas ao público, e o fazem por intermédio dos jornalistas; por outro lado, os veículos de comunicação se beneficiam com a publicação de notícias da ciência, que despertam a atenção dos leitores.
Foto: Silke Remmery
Neste sentido, a iniciativa sem fins lucrativos sediada no Reino Unido Sense About Science organizou uma série de workshops denominados Jovens Vozes da Ciência (Voice of Young Science), cujo objetivo é fomentar o contato entre jovens pesquisadores e jornalistas científicos. Os workshops encorajam pesquisadores a falar ao público leigo sobre suas descobertas, bem como responder a questões da mídia sobre temas de ciência.
Muitos cientistas admitem que tratar de temas complexos referente à sua pesquisa com jornalistas não é tarefa das mais fáceis. Corre-se o risco de simplificá-los em demasiado ou usar linguagem muito técnica e jargões cujo significado é desconhecido da maioria. Uma alternativa encontrada pelos pesquisadores foi eliminar os intermediários – jornalistas – e levar os pesquisadores a dialogar diretamente com o público. Revistas como Scientific American – que tem versões em vários idiomas, inclusive o português, e páginas de ciências de grandes jornais em muitos países vem fazendo isso há décadas. Hoje em dia existem inúmeros blogs e páginas em redes sociais dedicados a isso, notadamente os ScienceBlogs, a maior rede de blogs de ciência do mundo que trata de temas como ciências naturais, cultura e política, lançada em 2006 em inglês, e duas redes associadas: ScienceBlogs Alemanha com 25 blogs e ScienceBlogs Brasil com mais de 40 blogs, lançado em 2008.
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