Estados coexistem em um mundo onde autoridades não têm mais o mesmo poder de controle que tinham no passado
O segundo aniversário da Primavera Árabe no Egito foi marcado por tumultos na
Praça Tahrir. Muitos observadores temeram que suas projeções otimistas em 2011
fossem frustradas. Parte do problema é que as expectativas foram desvirtuadas
por uma alegoria que descrevia os acontecimentos em termos de curto prazo. Se no
lugar de "Primavera Árabe" tivéssemos falado de "revoluções árabes", as
perspectivas seriam mais realistas. Revoluções se estendem por décadas, não por
um determinado período ou anos.
Foi o caso da Revolução Francesa, que teve início em 1789. Quem teria
previsto que, dentro de uma década, um obscuro soldado corso levaria o Exército
francês até as margens do Rio Nilo ou que as guerras napoleônicas tumultuariam a
Europa até 1815? Se pensarmos em termos de revoluções árabes, muitas surpresas
ainda virão.
Até agora muitas monarquias árabes tiveram legitimidade, dinheiro e força
suficientes para sobreviver às revoltas populares que derrubaram autocratas
republicanos seculares, como Hosni Mubarak, do Egito, e Muamar Kadafi, da Líbia,
mas esse processo revolucionário teve início há apenas dois anos.
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